Ai se Lisboa fosse minha
Era mais feliz meu versejo
Debruçada sobre o Tejo
como uma prece cantava
Debruado do mais puro linho
Era o fado malandrinho
Que aquele berço me inspirava
Ai se Lisboa fosse minha
Sei que seria a mais formosa
Eterna seria menina e moça
Na voz do fado, Idolatrada
Embalada no berço onde nasceu
Musa do poeta em seu apogeu
Em bela poesia sempre rendada
Ai se Lisboa fosse minha
Levava-te por este mundo afora
Adorar-te... seria pouco agora
Envenena-me esta saudade atroz
Deixei-te levei as minhas penas
Agora choro um rio de açuçenas
Do cacilheiro, já não ouço a voz
Nem mesmo quando á noitinha
Nas margens de um rio qualquer
Me ponho a cismar, (sou mulher)!
Quem te dera aqui minha Lisboa!
Meu berço, onde me quero deitar
Embalada pela canção do teu Mar
E a ouvir o fado da Madragoa.
Atravessar o tejo, num veleiro
Desenhar as ondas em meu olhar
Minha lisboa que te quero amar!
Quero que para sempre sejas minha!
Quero o fado e vielas pequeninas
Quero os pregões, todos os ardinas
Ter a Graça denominada Alfacinha!
Cecília Rodrigues
Portugal
Março _ 07
Réplica ao poema da semana de Euclides cavaco _ Se Lisboa fosse minha