Escrava
Te faço minha escrava.
Não porque esta seja decisão minha.
Não porque eu exerça sobre você
poderes que te subjuguem a tua revelia.
Te faço minha escrava
por teus olhos, que mais eloqüentes que
palavras, assim sinalizaram este
caminho quando fitaram os meus.
Te faço minha escrava
não por tuas palavras,
sim pelos meneios do teu corpo,
enquanto você me fala.
Te faço minha escrava
porque sinto teu corpo
pedir uma guia,
um caminho para emoções densas.
Te faço minha escrava, pois assim
está escrito no teu imaginário secreto.
O mesmo que – inutilmente... – teu olhar
tenta esconder quando me fita.
Te faço minha escrava porque tenho a
Alma de um corsário, e assim, quero
navegar por teu corpo e tomar todos
os tesouros que ele esconde...
Te faço minha escrava não apenas
por que tua nudez me excite; ela
me inspira a buscar mais dentro de
Você, te conduzir, te trazer...
Te faço minha escrava para
te adestrar, apurar teu sentir,
fruir todos teus fluídos, te
ensinar a se alimentar de mim.
Te faço minha escrava pois
sei que esta é a tua forma de ser
MULHER por inteira, na plenitude
do sentir e dar-se totalmente.
Te faço minha escrava, pois os
anos me ensinaram que só desta
forma, só dessa maneira, só com este
rigor, só com esta ternura, serei teu...
LOBO
Maio/2005
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