Eu tinha a musa a rosa e a canção,
De um salto joguei tudo para o alto,
A canção ficou difusa, perdi a emoção,
Quando armei meu verso mais exato,
Parecia nada, um pensamento ingrato,
Sentia somente uma ferida no coração,
Porta fechada dor que ainda me bato,
Sinto esvair toda minha inspiração.
O verso não é exato, seria uma ilusão?
Mas o que é mais exato em cada ato,
Senão o amor e toda sua mansidão.
Minha musa seria um bibelô abstrato?
A musa se fragmenta na inspiração,
E cada fragmento tem um formato,
Cada formato sua própria dimensão,
No poema desfragmento seu retrato.
Onde está o meu amor, minha oração?
Musa dos meus sonhos, um artefato?
Não tenho mais nada por adoração,
Não tenho mais musa, mas tenho tato.
Walter Brios
PS. Texto e Áudio - Destaques epeciais de Maio/2010
No GRUPO ALMA_ARTEPOESIA
Parabéns ao Poeta!