Tudo em mim
paira
suspenso, indefinido
Sou a teia
de fios diáfanos
inconsistentes
Nada me enleia!
Odeio o fixo
o programado
sou a mudança
a inconstância
o improviso
Sou a gaivota
que voa solta!
Preciso espaço
pra espairecer
o meu cansaço
E se o amor
busco e atraio
que seja um raio
que caia ao lado
que me estremeça
me enlouqueça
sem me atingir!
Sou o múltiplo
que não contém a unidade
só peço abraços
não quero laços
Sou o sonho
que não consente a realidade
Sou um faminto
que engole anseios
mas... sem rodeios
Prefiro a fome
à saciedade!
(In "Geometrias Intemporais")