UMA HISTÓRIA DE AMOR

Publicado por: Manuel Marques
Data: 09/04/2007
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Créditos

Autor: Manuel Marques Voz: Manuel Marques Música: Also Sprach Zaratrusta - Richard Wagner
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Uma História de Amor

para a Fátima

São saudades de um tempo em que a morte voltava à companhia dos meus dias

escuros, cinzentos da falta de esperança enegrecida pelos factores humanos

sem coração, virados para poesia do lucro sujo e sem limites.

Tempos duros da falta de auto-estima, desamor, mero abandono da

luta, incessante como se parar fosse motivo de zanga para o coração fazer

greve, parando ele também, acabando tudo sem avançar para o desejo

imenso, desconhecido e nunca permitido de amar à distância sem ao menos

beijar, tocar, penetrar na voluptuosa sensação de tudo engrandecer na mera

magia, e foi uma mera carta recolhida, num dia de frágil sensação de mudança

radical, e afinal a alma gémea estava ali ao pé, tão perto da alma revigorada

renascida, construindo novas pontes de desejo num concertado momento de

renascimento, violento encimar de poderosas mensagens de amor, paixão, calor

insuportável, de tão belo, entusiasmante na cruzada pelo fim do mal

da insegurança eterna que levava ao potenciar do medo do dia seguinte

medo de nunca viver, de falhar os planos construídos na ansiedade da

concretização, da inimaginável vontade desbravar novos mundos e

crescer, assim de repente, como se fosse necessário, fundamental e

crucial que o mundo soubesse dessa louca e ansiada urgência de viver

o amor, a paixão desenfreada com os corpos em ardente ebulição à

procura da melhor forma de junção, rápida, o mais rápida possível.

Apenas amor, crenças firmes em estrutura débil de sentidos quase divinos

sempre sem pensar numa possível dor de uma queda num abismo qualquer

e então, a vida, essa passagem especial entre dimensões, eu não sei,

nunca soube de outras vidas, apenas creio nesta, nos afectos, nos

amores, sexo intenso, ausente, que raios apenas amor, apenas vida.

Saudades, muitas, intensas, daqueles instantes de mera audição, de

profunda aflição pela ausência, do prazer de dizer, de ouvir falar

apenas, amo-te, para lá de mero amor, de mera excitação

sem pensar que algures alguém pudesse invejar amor que foi, é genuíno.

E mesmo que lhe chames devaneio, loucura ou doença de abismo infinito

canção sem rimas na letra incomum da comum capacidade de absorver e

apenas se respirava o lado positivo, se construía a demografia possível

a impossível contradição de ignorar, nem um mero toque acontecer e

sempre de volta, na volta de um sentido que nunca foi infame

felicidade, ao alcance de um mero virar de páginas, a beleza pura

constatada num altar carregado de inebriadas solicitações ao antigo

menino, agora crucificado na cruz, apenas meras aparências que

turvam, mesmo no silêncio sepulcral, onde até o respirar é controlado.

Ah! mas e depois num abraço sentido de velozes consignações à toa

sempre dá para o reencontro, para o doloroso momento do exorcismo

e apenas esquecer os fantasmas de olhos virados para um decote

generoso de cintilantes seios em pose de extrema candura

Ah! os seios, a boca ansiada, aveludada, encarniçada, molhada

apenas um beijo nessa boca, fora da toca num dia em que ninguém

convoca a desilusão de ouvir uma enorme e elaborada mentira.

O sonho comanda tudo menos a liberdade, seja do mártir

seja do sonho cor de rosa, das meninas animadas, enfrascadas

e muito suadas do sexo quente, da vida e da frontalidade

vitórias breves no cansaço, na desistência enfastiada

onde chega o amor para nos enrolar no seu eterno manto de ansiedade

loucura que até pode um dia vir a ser toda a ternura!

Manuel Marques
Enviado por Manuel Marques em 13/03/2007
Código do texto: T411467
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