Das flores mimosas abertas confiadas
dos mais lindos sonhos da minha infância
restam pétalas e folhas calcinadas
levadas pelo vento perdidas na distância!
Dessas flores de luz e sonho coloridas
de pétalas de cera cinzas e veludo
ficaram hastes nuas hirtas conturcidas
que dos sonhos infinitos perderam tudo!
Tombou a minha última ilusão
E as pétalas rolaram pelo chão
Violentas reboaram as procelas!
Das hastes mortas e sem clamor
nasceu uma trágica e mística flor
que ascendeu para as estrelas!
Rogério do Carmo
Mafra, 13 de Dezembre de 1955