Vou pedir a benção a senhora morte Que me beije a face pálida e fria Sob o corpo nenhuma roupa bonita Serei somente cinzas...
Vou pedir a benção a senhora poesia; Que o pó triturado dos ossos limpos Sejam jogados num lago, onde há flores Se hibridas flores for, ficarei satisfeita!
Nada comum quero da morte o adeus! Sem homenagens, sem velas... Somente Vinicius cantando; “sei lá... sei lá... Só sei que é preciso paixão, que a vida tem sempre razão (...)”
Vou pedir benção ao senhor bom Deus! Fui má? Fui boa? Não fui humana à toa!; Sem lápide com meu nome gravado... Que meu nome seja grafitado no espaço!
Vou pedir coragem aos anjos que voam... Desejo realizar um rasante sob as nuvens; Sem essa de descer a 7 palmos da terra... Terra, mato, flores... Não não...
Cadê a poesia do ultimo Adeus? Triturem meus ossos e faça pó... E dê de comer ao vento, ao mar... Sou da água, antes fogo!
Quero ir embora como vim pra vida; Sem choro, sorrindo dores; Que agora é castigo, câncer, luta... Frescura? Ardência? Lagrimas quentes!
Coloque-me dentro de rosas hibridas; Procure um certo menino que elas me presenteou... E então as jogue no mar... Ou de cima de uma cachoeira...
Jogue-me... Estarei leve... O vento me leva!
Liberdade no ultimo pedido; Prisão liberta de uma alma que cansada vive Cansada ama, cansada sofre e cansada perde; E perdendo não se entrega, Mais espera o descanso, sem ter trégua!