DUAS MULHERES
Republicação
Nota. Também em gravação e postagem no Áudio do Recanto, hoje. Se alguém quiser ir ouvir... Abraço grande, amigos.
... desde o fundo desta noite
uma mulher me olha
julgo reconhecê-la
ela me olha
certa de conhecer-me
julgo desconhecer-me
nesta mulher que me olha
certa de conhecer-me
desde o fundo de uma noite
perdida nos desvãos de nós
julgo reconhecê-la
desde o fundo olhar
de mim, a esta mulher que olha
a mulher que me olha
certa de conhecer-me
desde o fundo do tempo
nos desvãos da noite
sem remédio e sem fim
duas mulheres se olham
uma esfinge outra pitonisa
eu a olhá-la, esfinge
ela a olhar-me, pitonisa
eu pitonisa ela esfinge
enigmas a decifrar
desde os confins da noite
pássaros de nunca mais ...
Poema original de 18 de outubro de 2009, com algumas alterações.
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Acabo de receber e agradeço profundamente ao poeta Luiz Walter, por seu belíssimo poema- interação:
Mas, sou mesmo diferente
Da mulher que vejo, enfim
Do outro lado do espelho
Ela até que me assemelha
Mas, a dor que trago em mim
Decerto não atravessa
O frio cristal brilhante
Que outra reflete distante
Do que restou do meu fim.
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