Silenciosa alma poeta



Poeta, que vais na sombra

levando estrelas escondidas

que pouco a pouco revelas

ardem-te como feridas

mas não podes fugir delas!



és da suma dor guarida

olhas em espanto e tristeza

quanta loucura te cerca

ai, vais na margem na vida

porque a vida te atormenta.



olhas as folhas caindo

olhas as flores brotando

e caminhas entre espinhos

com os teus pés doloridos

a tua alma sangrando



e o mundo de ti se aparta

até que a morte desvenda

teu espólio e te oferenda

uma rosa amanhecida

que te desfolha na campa

                onde nem podes cheirá-la!