Sento num canto e assisto a marcha de um ponteiro a repisar caminho que não leva a nada. Esse relógio vive por um só roteiro e nele as doze marcas nunca são mudadas.
Na vida o tempo passa, é sempre traiçoeiro e não concede trégua ao longo da jornada. Mas visto de um relógio nada é passageiro e a corrosão do tempo fica mascarada.
Me vejo no visor e então sou visionário e assim pressinto que algo vem dessa ciranda. Na dança dos ponteiros sou retardatário.
Censuro aqui parado o tempo que comanda o efeito no relógio que é seu mandatário. Só que eu estou inerte e esse relógio anda...