I N D I F E R E N Ç A

Avistei-a na rua,

Caminhando docemente

E nem sequer percebias:

Os olhares cautelosos

Das pessoas que passavam,

Dos carros que percorriam

Acionando buzinas.

Voce sequer ouvia...

E despercebidamente

Um par de olhos seguiam,

Sorrateiros, atrelados,

Observando seus traços

Entre os passos sem rumo

Da multidão sem espaço.

Que sóbrio era seu andar,

Pareceu-me armadilha

Refeita de pretensão!

Mas meu olhar incessante,

Cruzou o seu num instante

Redobrado de atenção!

Mas voce se esquivou

Alternado de frieza.

Restou-me a incoerência,

Pequena réstia de luz,

Divagando no compasso

Dos meus olhos que encontraram

A sua indiferença.