Nada consigo ver agora, pois fico com olhos
inundados a escorrer as águas como cachoeira
E o aperto do peito trás a dor de lembraças
De olhares e de sorrisos e carinhos
Explode o peito esta saudade como uma erupção
Desde vulcão de memórias e queima meu rosto
Com suas lavas quentes destas lágrimas
Que rasgam meu peito, e molham a terra
Sei que encontrarei um novo caminho
Uma nova estrada, um novo carinho
Sei que terei de outros lábios outro gosto
E saberei também por que tanto pranto foi posto
Sei que enxergarei brilhos em outros olhos
E sei também que nenhum será igual ao teu
Por isso a cada gesto a cada toque
A memória trará a imagem do teu corpo
E caminharei, navegando nos ponteiros do tempo
E buscarei pra mim um campo de flores
Que não tenham mais espinhos, para me ferir
Deixarei aqui no meio da estrada o baú de sonhos
Dos sonhos que contigo sonhei
Das pegadas e das estradas por onde caminhei
Das promessas que não cumpristes
E do teu amor que sei nunca tive
Deixa agora meus olhos tristes
Deixa agora meu peito vazio
Deixa agora meu semblante caído no chão
Vá por que sem você eu sobreviverei
Saia mas não feche a porta...