(ENTRE PARÊNTESES)

O tempo nunca nos avisa

porque não tem noção de si e nem do outro.

E sinto que é covardia existir sem avisar.

O tempo não passa,

não vem e nem vai,

não volta e nem fica.

Simplesmente cumpre a sua parte.

Uma impressão sem rastro...

existência do que inexiste.

E fico aqui entre versos

mais que solta e perdida no tempo...

sempre sem tempo!

a brigar com o tempo

E sem ter como entender.

Fico a definir algo indefinível...amorfo.

Como se entre a vida e a morte

(curto espaço de tempo!)

ficasse eu a amontoar cenas entre parênteses,

num verso lacônico, sem tempo

de existir.

E um prego me prega o peito,

E um grito me prega o peito,

e uma saudade me seca o peito.

Paradoxal saudade do tempo,

que esqueceu de me avisar...

o quão rapidamente...se perde a hora.

Ao meu amigo Nicola (in memoriam)

Nota: A música de fundo do áudio, SOMEWHERE OVER THE RAINBOW é da autoria de Israel Kamakawiwo'ole, segundo a web.