Confissões de Amor Desejaria relaxar os tensos sentidos, guardar as armas e baixar o escudo. Ao invés do enfiar-se no competitivo combate pelos bens do cotidiano, mergulhar os olhos cansados no olhar feminino que convida para a paz. Afastar-se de tudo para se aproximar dela e das emanações do seu corpo. Tomá-la nos braços, abraçando-a, retirando-a do mundo, tomando-a para si. Entretanto, o viver cotidiano enche de escombros a ponte do relacionamento. São inúmeras preocupações, um rosário de conceitos, a prisão do comportamento. Escravizado à expectativa de vencer, sempre pronto a colocar indesejável armadura. Fosse o poderoso leão, ainda assim carregaria a sombra do jumento e sua pesada carga. Por isso, são muitas as muralhas erguidas, são umas tantas outras trincheiras cavadas, e uma única cova, onde se enterra o próprio coração.