Chora-me em pétalas mansas,
Dança-me em caules cortados,
Desfaz-me do fado as tranças
Que teci, lábios truncados...
Chora-me assim, desfolhada,
Dança-me em chuvas de Agosto,
Na esperança que a uva grada
Guarde em si o gosto a mosto...
Chora-me assim, grito alado,
Folha ao vento, em rito santo,
Tremente frio sagrado
Em remissão do meu pranto...
Dança-me em flocos levados,
Pelas areias dispersas,
Aos campos não semeados
Do amor que me confessas...