A Dona das Vontades
É o cheiro do perfume
que não quer sair das narinas,
é o sabor da pele
que não quer sair da boca.
Em meio ao choque
dos conceitos de força e fraqueza,
até onde o corpo,
até onde a alma?
Até onde o certo,
até onde o errado?
E, dilacerado,
reavaliar os próprios conceitos,
divagando em possibilidades.
Pensar-se semideus,
verdadeiro titã,
herói romântico,
para depois abater-se
ante a fragilidade da vontade.
Reconhecendo
o que os sentidos acusam,
mas não sabendo
se é algo divino
ou coisa diabólica.
Não sabendo
se tem potente coragem,
ou vergonhosa covardia.
Iludido com as próprias forças
e completamente vulnerável.
Tomando posse,
e a tudo perdendo.
Almejando a paz,
mas declarando guerra.
Almejando
a sublimação da alma,
e dobrando-se
ao corpo.