SENTIDOS

Na tua mão, a descer,
o gesto candente,
o toque profundo
que acorda o sentir

Na minha mão, a crescer,
a força a quente,
o impulso fecundo
a fazer-me implodir



A minha mão...
esqueci-a,
algures nas tuas,
e os braços
abri-os,
velas de faluas
ao vento de ti...

E o teu corpo...
perdi-o,
algures em mim,
e o meu sangue
fluíu
em vinho e festim
e finos almíscares...



Em cálice de nós,
orgia de bocas,
fomos mais que dois,
somos noites loucas...