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O DIA EM QUE CHEGASTE

J.B.Xavier

Foi assim quando chegaste...trouxeste o sol,

Cintilando o caminho por onde vinhas

Com fios de divinos diamantes;

Derramando pelas veredas de tua vinda

Perfumados bálsamos de esperança;

Aspergindo teu canto ao vento da espera;

Iluminando o mundo com a luz do teu olhar...

Foi assim quando chegaste...nas mãos trazias

O alforje dos sonhos, e vinhas em doces alegrias,

Sussurrando às andorinhas que ao te ouvir partiam

Trazendo-me teu perfume, e a iminência de tua chegada,

Enquanto imprimas suavemente nas areias da agonia

Os vestígios dos teus passos, impressos nas cores d’alma,

De onde o pó da eternidade já anunciava tua perenidade...

Foi assim quando chegaste... No coração tinhas

A ansiedade angustiada do futuro próximo,

A sina gravada a fogo nas profundezas do enganoso remanso

Onde brincavam chamas plenas de exuberância

À espera de explodirem em vulcões de vida...

Assim vinhas, solícita, sorrindo às flores,

Plena de carinhos, mistérios, dádivas e amores...

Foi assim quando chegaste...paralisaste o tempo,

Congelando esperas, esculpindo intensidades,

E eu te aguardava numa curva do caminho,

Enquanto com tua luz em mim te refletias

Na tocha da imortalidade que erguida tinhas...

E foi assim que drenaste as esperanças minhas

No mais ardente e eterno de todos os meus dias...

* * *