Utopia
Perdi mais uma batalha,
São sem conta as vezes que já caí,
São inúmeros os golpes,
Que se escondem atrás do meu sorrir,
Ergo-me e não vejo mãos, nem amor,
Só desdém, só guerra, só clamor.
A tinta termina,
E não termina o poema,
As frases são só meias palavras,
Da orbita vertiginosa,
Onde nasceu uma vida em asas de papel,
Que leva meu leve avião ao vento,
Pedindo a sorte,
Um voo simples, o meu norte.
O destino, visto daqui,
É só a névoa mais além,
Tanto faz,
Se não levo ninguém.
O caminho é longo,
E os pés pedem descanso,
Não há vida por perto,
O meu respirar é a utopia,
E o meu dia, o desencanto!
Nenúfar 1/9/2009