Estás prestes a chegar, sinto-te os passos macios na relva por ti regada e o perfume do teu corpo na brisa de mim levada. Nas cores do jardim que eleges, depões os olhos gulosos e, num passe de cavalheiro à terra o joelho desces, no cuidado de escolheres a flor d'amor que mereces... Sinto-te a seda das mãos, a sombra do teu calor, aspiro a ânsia que tens de me colheres o rubor tecido a oferenda do beijo de ser-te só meu desejo... Abro-me em notas d'almíscar, sinto a tenrura de dar-me à tua mão de ceifar-me em afago de volúpia. Cega de amor, perco o instante em que passas, indiferente, sob o feitiço da rosa que te sorri, ao meu lado... perdido d'amores por ela, por seu fulgor encantado, nem reparas que pisaste a flor que um dia plantaste e, mesmo em risco de picar-te nos espinhos encobertos, trocas os lençóis abertos que t'adocei de veludo e colhes a rosa púrpura, que te fez esquecer tudo, apunhalando-me o peito, até que o meu nome próprio será sempre "amor perfeito"...