DESTAS MÃOS DESERTAS
Carmo Vasconcelos
Destas mãos desertas
transpiram cansaços
de noites despertas
por rotas incertas
vazias de abraços.
Destas mãos sozinhas,
as linhas cruzadas
gemem ladainhas,
quais cantarinhas
de asas quebradas.
São linhas e linhas
na pele gravadas...
Veredas velhinhas,
ruas estreitinhas,
cruzes acartadas.
Tua mão aguarela
nas minhas pintou
mais uma ruela,
mais uma viela
que o tempo fechou.
E quando moinhas
saudosas me acodem
dessa mão nas minhas...
Minhas mãos sozinhas
logo para ti fogem.
Carpindo lamentos,
paixões deslaçadas,
desse e doutros tempos…
Sepultam momentos
nas linhas traçadas!
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Carmo Vasconcelos
In E-Book “Despida de Segredos”
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