A Lição de Casa de um Coração
Iniciar tem sempre
uma alma de vida renovada.
Terminar, pelo contrário,
parece ser a morte de algo.
Estranho apego este a algo
que efetivamente
acaba por não fazer bem.
Seria um egoísmo doentio?
Por que querer
manter-se dono daquilo
que não se pode ter?
Um capítulo à parte
dos caprichos do ego.
O coração tem fome
de emoções e sentimentos,
reclama pela inanição afetiva,
se sente oco e vazio.
Promove um batimento
descompassado,
denota o seu desequilíbrio,
impulsiona desconforto.
Os olhos querem romper em choro,
livrar-se das amargas
águas da nascente cardíaca.
O rosto está estático,
tem a feição dos
que foram nocauteados,
mas que se mantiveram em pé,
não porque suportam a dor,
antes é o orgulho
que sustenta o corpo.
Mas é momento
que não se vive,
apenas sobrevive.