Nos nódulos do teu rosário,
quase extensão da brancura
das tuas mãos transparentes
onde se mostram as vias
sacras que a pulso subiste,
avó nossa, do céu tão perto,
caem-te lágrimas lentas...
Em cada, uma história finda,
um diluir de memórias,
rarefeita lucidez,
mas nos olhos que as vertem,
bem lá no fundo da íris
onde te definha a alma,
vive um brilho que reflecte
tesouros não enterrados.
E o teu rosto é um mapa
onde se escondeu a Vida
e onde se lê uma história
nas secas linhas vincadas
do teu dormir de paz doce...
Cansada de tantas glórias
recolhes-te agora às margens
do imenso rio que foste...