O Largar da Vela
A imagem é fria,
Branca, árida, como a alma vazia,
O Sol nasceu por entre os buracos do telhado,
E no caminho apareceu, um vulto,
Um cansado soldado,
A armada ficou enterrada em destroços,
Pouco resta da batalha,
E a imagem da minha nau gloriosa,
É o lamento da luta com o enigma,
Alto, forte, desfigurado,
Que não luta, e nos leva em seu cavalo.
Sobrou o símbolo que me mantêm acordado,
Minha bandeira não rasgou,
Não perdi a espada,
E pelo meio do sujo mapa,
Descobri onde estou,
Parto leve, desprovido de tudo,
Enfrento o mar, a tempestade,
Que virou o meu mundo,
O vento diz-me que a brisa vai de feição,
Larguei as velas,
Minha barca parte em direcção à tua mão!
Nenúfar 16/8/2009