O Ser Solitário
Em meio ao sofrimento
da sua individualidade perceber
o quão solitária é a sua dor,
pois que a indiferença
da natureza e das pessoas
faz com que ele duvide
das suas agruras.
Não é porque sua face
é visitada por lágrimas
que haverá o sol de diminuir
o seu brilho para
dar-lhe condolências.
Problema dele,
da sua insignificante
individualidade,
em meio a tantas outras
com seus problemas pessoais.
Nada se alterou; os relógios
não adiantaram ou atrasaram
sequer um único segundo.
O cotidiano continua
a viver por seu
matemático mecanismo
com o andar apressado das pessoas.
Os dias continuam a existir
com seu nascimento na madrugada
e seu fim nas trevas da noite.
A beleza das auroras
e dos crepúsculos continua a mesma,
mas lhe falta um encanto perdido.
Nada mudou, os rios e mares
continuam com suas águas,
os desertos com suas áridas areias.
Um choque ao ver-se
tão minúsculo ante o mundo
e o próprio significado
da sua enorme dor.
Toda a impactante verdade
da sua real solidão,
tomando ciência do quanto
havia se afastado de tudo.
Já não estava apenas sozinho,
havia se tornado solitário.