Solitário
E tanto querendo buscar
E pouco conseguindo encontrar.
Temendo pelo próprio destino,
Sentindo estar de todo enganado.
Tudo pela integridade da consciência.
Mas lutar por qual motivo, afinal?
Existe algo que de fato valha o esforço?
Viveria uma ilusão de onipotência?
E quanta insensata rebeldia...
E com que força lutar contra o cotidiano?
E que com que agressividade atacar as horas?
Rompendo com a insana escravidão.
O cotidiano é tirano absolutista.
Tudo quer para nutrir o seu ventre.
Quer dar vida apenas ao corpo,
Quer anular a força que vai na alma.
E quando menos se espera,
Já é tarde demais.
Já passou o tempo de ser,
É hora de apenas obedecer.
Percebendo vigorosa liberdade,
Pressentindo um terrível perigo.
Rindo ao andar na corda banda,
Zombando da profundidade do abismo.