DIREI A TI JOVEM POETA

Desligado de crases,

Sem crises de pontuações,

Mas ligado na verdade de que

A língua é dinâmica,

E é o teu desejo o dínamo...

Entra na vida, meu jovem poeta,

Com a cara lavada,

em sonhos ensaboada

As mãos úmidas de estremecimentos,

E os pés banhados

na pura lama do delírio.

Delira poeta

Ergue teus sonhos até o mais côncavo abrigo dos deuses

E plaina

Plaina desatinado com teu vôo

que te faz contaminado com todos esses sonhos ilhados

Devaneia...

Devaneia, meu jovem poeta, por todos os abrigos

Como um mendigo liberto das sestas, dos feriados,

Do sim senhor muito obrigado

Cantando com gorjeios de matas não defloradas

Porque é de mistérios que nossos corpos quedam

refrescados

Por essa brisa que verdadeiramente nos amanhece.

Direi a ti , jovem poeta,

com hálito inflamado de paixão,

Que a língua é dinâmica,

mas é somente a Tua emoção o dínamo.