PEDRA DE TOQUE

De sentir,
mais que de ter, que de tocar,
foi a pedra de toque que te fui...
Colheste-me à mão,
em flor de perfumar
e promessas de água límpida onde me abrir.
(Des)fiz-me em maciez de pó,
desisti da solidez que me moldei...
mas, num reflexo impensado,
num impulso irreflectido,
sem sentir o calor da nudez de seda que me fiz,
dispersaste-me ao vento...

E eu, matéria solúvel,
perdi-me
no mar averno em que me deitaste...