Esta poesia estridente
pretende fazer um relato
sobre a “saúde doente”,
vitimada pelo mau trato...
A boa equipe da saúde
precisa buscar a parceria,
que realmente a ajude
a acabar com a patifaria...
O Ministério Público, a OAB,
a Imprensa de um modo geral
e o povo muito poderão fazer
para tratar desse crônico mal...
As entidades médicas
estão precisando se fortalecer,
com medidas enérgicas,
contra quem as quiser vencer...
Não adianta escrever relatório
sobre o problema plantão
e nem ficar apenas no falatório,
sem resolver essa questão...
O HPSM (1) anda sobrecarregado
porque uns postos estão ociosos
e o povão está tão maltratado,
por muitos politiqueiros maldosos...
Mas, os políticos decentes
podem e devem colaborar
com os eleitores doentes
que haverão de melhorar...
Se os postos de saúde periféricos
estiverem bem equipados,
muitos procedimentos cadavéricos
poderão até ser evitados...
Se um clínico plantonista
contar com a ajuda
de um outro especialista
essa situação muda...
Num trabalho de boa parceria,
o especialista, ao ser acionado,
deslocando-se até a periferia,
deixará o HPSM mais aliviado...
O setor de urgência-emergência
carece ser bem reformulado,
com uma boa dose de decência,
pelos políticos deste Estado...
Paulo Marcelo Braga
Belém, 20/12/1997
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(1) Na época da composição deste trabalho (20/12/1997), apenas o HPSM de Belém estava em funcionamento. O HPSM do Guamá, inaugurado no ano 2001, apesar de ter aliviado a sobrecarga daquele injustiçado hospital de urgência-emergência, vem sofrendo, com os mesmos problemas (superlotações) sofridos pelo seu antecessor. Enquanto os postos de saúde periféricos não forem equipados, para exercerem suas funções básicas de atendimento, a demanda de casos banais, inclusive os que necessitam, apenas, de consultas ambulatoriais, vão continuar colaborando para a grande demanda de atendimentos desnecessários nos dois referidos hospitais, atrapalhando os atendimentos dos pacientes graves, razões principais da fundação dos dois Pronto-Socorros desta capital. Até a data da elaboração desta nota (23 de setembro de 2003), os problemas de falta de materiais e medicamentos, em decorrência da elevada demanda de atendimento, vem prejudicando funcionários e causando tormento aos usuários do setor de urgência-emergência desta capital. Algo precisa ser feito, afinal, pelo Ministério Público Estadual, pela OAB, pelas entidades médicas e pela Imprensa em geral, para solucionar esse crônico mal ... Se só com os pacientes da capital atendidos em cada um dos dois hospitais a estatística de atendimento já é enorme, ela se torna insuportável demais, conforme aumenta a exploração política de alcaides do interior deste e de outros rincões estaduais sofríveis que adotam a política da “ambulância-despacho-terapia”, devido investirem em combustíveis e despacharem os pacientes para se tratarem em Belém, quando poderiam ser tratados em seus locais de origem se as verbas da saúde fossem usadas para contratação de profissionais de saúde habilitados para fazerem, pelo menos, triagens adequadas dos casos a serem transferidos, com malas e bagagens, desde que a central de internação seja acionada e uma AIH (Autorização de Internação Hospitalar) seja registrada, para que ninguém venha a travar uma peleja se encontrar, com razão, a porta de uma instituição, de um hospital, trancada, por superlotação e/ou por falta de material e medicação. Tal fato desacata a atual legislação e carece de um ato judicial, de uma atenção legal. (Nota do autor).