Na Ponta da Chibata
Foi perto daqui que a brisa parou,
Reconheço o lugar,
O cheiro do fogo que me queimou;
O apego ao chão desvaneceu,
E o meu olhar, mudou!
Não foi o fim, nem o princípio de nada,
Foi um equívoco na jornada,
Uma nota de rodapé, de má memória,
Que me mudou a vida, e a história.
Fiz um compasso de espera,
Um silêncio que sufoca e provoca mazela,
E as mãos vazias procuram a terra quente,
Pó, que o vento levou,
E espalhou como semente.
Como tudo, tudo existe,
Tudo se perde,
Numa jogada insensata,
Fruto do acaso, ou da ponta da chibata,
No castigo que não se compreende,
Num mundo louco,
Que não vê, que não sente!
Nenúfar 2/5/2009