Soneto número 12 –
CAPITÃO SALPICO
Assim, com uma última vista d’olhos,
Confere tudo que ali deve estar,
Vê que sempre somará a seus abrolhos
Que olvidou, e o que não, o que foi e o que virá.
E tira de cada salpico uma ordem,
E sabe o nome de cada marujo:
“- Pedro, ao leme! À rota veja, homem!
Força sem conversa, isso é para sabujos...
Levantar âncora João, soltar amarras,
Ver botes e bóias, coletes de cortiça,
Cair ganchos, empurrar o varão da barra,
Máquinas ! Máquinas!!! vossa premissa
É até Santos, até lá, nada de farra!”
E posto ao mar, tudo que vê o toca e o atiça...