AMOR SEM VEZ


Era uma vez um amor que nasceu
Sem berço, sem nome, sem reino ou sorte,
Sem cavalo branco, com sina de morte,
Breve, só no céu, terno se escreveu.

História inventada, de sonhos vivida,
Em castelo de nuvens, carta de ilusão,
Estrelas ali, ao alcance da mão
E a noite minguante em paixão suicida...

De terno só teve a fugaz magia,
De belo arrebol guardado em retrato
Na moldura clara do romper do dia.

D'eterno manteve a saudade ferida
Dum nascer de sol que morreu de parto,
Brilho de lágrima d'orvalho caída...