RAIO DE SOL BREVE

Sempre que te chamo, roças o meu rosto,
Beijo por mim passas, em brisas de asas,
Leve, o teu toque, diáfano e rosas,
Afasto-me o cálice, nego-me o desgosto...

Ao altar me chamas, em silêncio e luz,
Adorar-te eterna em prece sentida
É cruz que me elevas, filha prometida,
Doce dor saudade que mata e seduz.

És doce fragrância de manhã cristal,
Sempre que te sinto, rosa e orvalho,
Regato onde bebo, sombra a que me valho...

Círio e cera em lágrimas, cântico final,
Raio de sol breve que me iluminou...
...Arde em mim perene a dor que me ficou...