Um café…curto
Um café simples, curto,
Para beber de um trago,
E adormecer a mente,
Que vagueia, delirante,
Sobre tanto estrago;
Quase resumo o dia neste olhar enfermo,
Procurando levantar-me,
Da rasteira do estafermo,
Sem causa, sem brilho,
Nada ficou que ilumine o meu trilho,
Fico aqui sentado no meio do deserto,
No meio da multidão, que não me vê, por certo,
Conversando com o vento,
Que veio ficar a meu lado,
E me responde, esfriando o meu cansaço,
Que pense em algo belo,
No teu rosto, no teu laço
E me deixe levar, na sua brisa, liberto,
Sem pensar;
É a mesma brisa que te beija na praia,
A mesma, onde voa teu lenço e tua saia,
A mesma, que faz companhia a meu lado,
E canta a melodia do silêncio,
Silêncio, só o silêncio do meu fado!
Nenúfar 26/3/2009