O deus que era um monstro

 
O deus que era um monstro
 

A barata avistou-me e pensou lá consigo:

“É um deus esse ser que é tão grande e tão forte!”
Em seu ponto de vista a barata, eu lhes digo,
omitiu-se em notar que eu também temo a morte.
 
E ficou a barata encantada comigo.
E se deu! Quis me ter, me fazer o seu norte.
A coitada não viu que corria perigo
e perdida em paixão, entregou sua sorte.
 
Quando eu vi a cascuda, por pouco não grito,
entretanto toquei-me por sua paixão.
Ela em prantos jurava um amor tão bonito...
 
Mas, enfim, dei por mim; quase ali eu vomito!
Inda bem que deu tempo; eu tornei pés no chão.
E co´s pés a chutei. Oh! Mas que asco maldito!