Estico o dedo
A minha asa quebrada
E resvalo a tecla
Alinhavo, bordo uma mensagem
Palavras, uma pequena lavra
Pra dizer que ainda
Tenho penas que voam
Não tenha pena de mim
as unhas ainda crescem
Riscarão o céu
com meu nome
talvez leve comigo o seu
sei onde vou
Sou passageiro, vou passajar,
Furar este azul
Ele é tão bonito,
É azul, é azul!
E as chuvas dos lençóis
A cama branca lágrima
Essa 'vida imensa, vida breve'
Onde padeço
Vou abandonar
As horas, os ponteiros
Não mais mereço
Ponteio ainda um poema
De passarinho
De receio
Do medo da dor
Em mim
Coso para você
Um carinho
Um laço de cetim
No último buquê
Canto de amor
CINTIA THOME
OBS
Quando a vida terrena está no fim por qualquer motivo,
para os terminais...os passageiros em agonia...ou alegria...