Dia Internacional da Mulher:
Macho e fêmea, felicidade efêmera
Que fazes à janela, idiota?
Vai lavar toda a roupa, tirar pó dos móveis,
Cuidar das crianças que estão imundas!
Pensas que hoje é dia de descanso, rainha do lar! Nunca!
Só após tua morte teu corpo descansará,
Enquanto isso cantarola: “Mulher tem é que trabalhar...”
Levanta cedo, disfarça a enxaqueca,
Prepara o café do marido, cuida dos pertences dele,
Honra sempre o nome que carregas,
Pois é esse “herói” que te fecunda,
Num ato sem amor e nojento:
“Beijo frio, peso hostil, pênis in vagina...”
Pois é esse “semideus” que se consome
No trabalho, ambições, fadiga,
Amantes, cigarros, bebida e sucumbe, vai antes de ti,
Para que possas chorar, usar luto,
Descontar seguro de vida, receber de consolo pensão, viúva!
Permanece assim: frágil, dócil, obediente,
Simulando... dissimulando, sob abundante barriga esdrúxula,
Deixa o tempo passar... quebra essa rotina... (pág. 56)
Do livro No Lado Obscuro da Lua-1998-
Pablo Ribeiro
Felizmente essa mulher não existe mais... não existe? Outras são estupradas, espancadas, assassinadas...
8/3/2009