Soneto número 1
As ciências
Já imerso nos tempos da ação e das ciências,
Deslizando sobre águas do mar oceano,
Foi o saber fazer da vida as conhecenças,
Aumentando os dias, pequenando o ano.
Navegar é preciso... Saber as crenças,
Ser a fé, ler as cartas, afastar engano,
Que esta idade é mais feita de querenças
Que de fatos. Naus e velas de pano
Com vento a favor, de lado ou de revés,
Há pela frente o mar da Terra inteira...
Em Lisboa e Sagres se dá forma ao convés,
E à quilha, pelas mãos. Da arte carpinteira
O casco em curva... E o saltam descalços pés ,
Para colher e secar cipó e madeira.
Princípio da Era dos Descobrimentos. Esta série deverá mostrar sob a forma de sonetos a imigração portuguesa e Ilhéia ao Brasil.