Bem na ponta da língua é que trago-te um beijo
e que vinha engasgado numa ânsia tão louca.
Ele roça-me os lábios, provoca desejo,
vem voando e orbitando no céu de tua boca.
Bem no céu de tua boca guardei meu segredo
pois lambendo teu gosto por lá fiz morada.
Nossas bocas traíram os corpos, sem medo,
confessando os pecados das línguas molhadas.
Um amor que se nega reflui e se instala
nesses nós de saudade que vão na garganta.
No soluço da voz, que emociona na fala,
eu mastigo esse amor que do peito levanta.
Mas guardei-me em tua boca, no céu que ela tem.
No céu de mi´a boca guardei-te também.