SONETO ENFEITIÇADO

SONETO ENFEITIÇADO

“Uma cantiga de amor se mexeu

Uma tapiua no porto a cantar

Um pedaçinho de lua nascendo...”

(Fafá de Belém)

Tens um jeito de encanto,

de um feitiço amazônico,

e, no rebuliço desarmônico,

componho um soneto e canto.

Tu, porém, nem ligas, criatura,

para os ritmos tão apaixonados

que têm nas cantigas de ternura

dos meus “versos enfeitiçados”.

Assim, estou me livrando

desse feitiço que me acometeu.

És ruim e vou te refutando.

Sofri, cansei demais na empreitada.

Por isso, meu soneto emudeceu.

Para ti, eu não cantarei mais nada...

Paulo Marcelo Braga

Belém, 08/12/2008

(18 horas)