Olimpo esquecido

Vou vestir-me de verso

e estrofear passadas,

cantarolar poemas,

declamar palavras,

ser um doce palhaço,

um poeta descalço,

um amante do mundo,

um velho sonhador.

Quando eu morrer,

batizem este poema

e para o corpo frio, declamem-no

e só assim partirei feliz

à terra onde eu sempre quis,

nos versos dos meus mais lindos versos.

Vou vestir-me também de saudades

e quem me lê sentirá que mais tarde

declamarão este poema, outras crianças

mesmo que o vento tenha me abandonado

e o meu nome desgravado

do céu da terra onde eu fazia os versos,

um Olimpo esquecido,

um poeta vencido,

nestes versos então já desbatizados.