SAUDADE

SAUDADE

Belos amores perdidos,

Muito fiz eu com perder-vos;

Deixar-vos, sim: esquecervos

Fora demais, não o fiz.

Tudo se arranca do seio,

— Amor, desejo, esperança...

Só não se arranca a lembrança

De quando se foi feliz.

Roseira cheia de rosas,

Roseira cheia de espinhos,

Que eu deixei pelos caminhos,

Aberta em flor, e parti:

Por me não perder, perdi-te:

Mas mal posso assegurar-me,

— Com te perder e ganhar-me,

Se ganhei, ou se perdi...

Vicente de Carvalho

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Remetido por

ITABAJARA CATTA PRETA

icattapreta@uol.com.br

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