No silencio das madrugadas sem fim;
Recordo-te meu filho amado;
Seu sorriso, seus sonhos;
Seu sorrateiro agrado.
Nos dias que passam sem brilho
Falta o colorido de seus olhos;
Sinto o vazio da sua cadeira;
Em volta da mesa a cear.
No seu quarto o vadio violão;
Calado, saudades, onde está a canção?
Noite vazia;
Silenciosa;
A bruma subindo;
A saudade aumentando;
Uma dor castigando o peito;
Onde anda meu filho, meu varão.
Porque se fez de pródigo;
Partindo para longe nessa viagem;
Sem rumo, sem norte;
Sem sequer imaginar uma volta;
Reviravolta;
Sem cobre;
Sem pão;
Ilusão.
Volta meu filho;
Aplaca essa dor de um pai amoroso;
Abandona as delícias, as fantasias;
Acorda para a vida;
Desfaz-te dessa situação;
Acredite que um dia, numa isca;
A droga te fez viver nessa prisão.
Volta, estou a te esperar.