Da borrasca as centelhas cantam réquiens,
Como arcos rutilando o tom da tarde -
De tão cinérea, a abóbada se esfaz
Em meio aos montes lívidos de dor.
E tudo obedece.
Deixa o céu estrondar nestes montes.
Deixa a terra frender sob os vales.
Ergue o mar rente à cúpula do mundo.
Cavalga lentamente o nimbo-cúmulo,
Conduzindo esta orquestra metamórfica -
Que faz e desfaz mundos, como quem
Singelamente vai arando a terra.
E tudo obedece.
Deixa o céu te levar nestes montes.
Deixa a terra abraçar-te nos vales.
Ergue o olhar rente à cúpula do mundo.
(www.eugraphia.com.br)
Nota: poema inspirado no quadro homônimo de Philip James de Loutherbourg.
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