De Imortal a pó!
No fim a história era só a página que se rasgou,
Não ficou letra, nem filme, nada restou,
Da glória que descrevi no meu poema,
Foi o fim, uma lástima cruel e nada serena,
Passou de imortal a pó, poeira astral,
Numa sina não descrita em nenhum missal;
Os cânticos emudeceram a minha garganta,
E meu olhar perde-se, vezes sem conta, sem esperança.
De pouco serve a partitura sem os artífices do som,
E a mágica abertura de um concerto, sem coração,
Parto sem adereços, sem vida, pedra fria,
Nos trilhos de um caminho sem sol, sem sinfonia;
Meu passo despreocupado não revela o desalento,
E meu segredo, enterrei-o, por momentos,
Num ápice tudo se perde, sem voto de consciência,
Numa jogada final, sem adversário, sem ciência!
Nenúfar 6/12/2008