CULPA E DESCULPA
Ah, se eu tivera o ceptro das palavras,
reinaria em mútuo (con)sentimento
com as hostes que de si se fazem bravas
quando enfrentam o digno "não" do argumento!
Mandaria extinguir o dúbio senso,
decapitava, de um golpe limpo, a vil má-fé,
construiria palavras-pontes no fosso imenso
onde eu faria erguer nova Arca de Noé.
Por minha ordem, garimpada em sábio pélago,
sementes só de verbos justos eu guardaria
nos porões dóceis da justiça oca de látegos.
E a medida que por ordem primeira eu tomaria
seria excluir do Universo e dos compêndios
duas palavras em eterno choque de força e inculpa...
e imolá-las por holocausto de sacro incêndio.
Por crente lei, daria às cinzas: CULPA E DESCULPA!