Engasgando o inconsciente

Publicado por: Aimberê Engel Macedo
Data: 03/12/2008

Créditos

Autor e Intérprete: Aimberê Engel Macedo
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Engasgando o inconsciente /com áudio

Essas trovas também foram totalmente ancoradas na realidade.

Eu estava degustando

belo filme de amor;

ao meu lado mastigando

bala dura... Era um senhor...

Linda gata na telona

dava um beijo no mocinho;

na platéia, o tal cafona,

triturava o seu docinho...

Bala dura, pense bem,

croc, croc, infernal;

"Padre Nosso" até o amém

a pedir ponto final...

Mas o cara não parava

parecia um animal

que ao meu lado ruminava

sem se dar conta do mal...

Eu nervoso fui ficando

me ajeitando na cadeira;

pela hora esperando

de acabar com a brincadeira...

Lá na tela acontecia

outro beijo fervoroso;

o galã quase engolia

o seu prato saboroso...

De repente ele engasgou

e o ar não lhe passava

seu olhar esbugalhou

sua voz já não falava...

Vi então a coisa russa

para o lado do Senhor

eu gritei pra ele: Tussa!

pra sair desse terror...

Mas, sem forças e parado,

ele foi arroxeando;

dei-lhe um tapa no costado

sua vida lhe salvando...

O coitado envergonhado

me abraçou agradecido;

foi-se embora acabrunhado

quase em lixo, reduzido...

Muita gente faz de conta

que um beijo é inocente

mas às vezes, nos afronta,

engasgando o inconsciente...

Aimberê Engel Macedo
Enviado por Aimberê Engel Macedo em 03/12/2008
Código do texto: T1316823
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