Depois do amor consumado

Depois do amor consumado


As juras e planos vieram bem antes,
abrindo caminhos, rompendo barreiras.
Tolice é pensar-se que para os amantes
palavras importem de alguma maneira.

Os corpos quiseram-se, ardentes, vibrantes,
pois essa é a razão decisiva e primeira
que troca as palavras por beijos arfantes,
que afasta o juízo sem eira nem beira.

Desejo e volúpia, motivos bastantes
que jogam as almas em sanhas rasteiras;
instintos que imperam e põem-se reinantes.

Insana é a entrega, porque é prazenteira
e assim consumada se aquieta ofegante
e então, só então, a paixão faz-se inteira.