Esse poema trovado eu dedico a todos -homens e mulheres- que, por algum motivo, perderam ou pensam que perderam um grande amor em suas vidas...
Distraído estava eu
a pescar sobre a canoa...
De repente aconteceu
um barulho lá na proa.
Eu me lembro que pensei:
Deve ser banco de areia.
Mas, que susto que levei,
quando eu vi uma sereia.
Tinha um rabo tão brilhante
que prendeu minha atenção;
tinha um canto delirante
que puxou o meu tesão.
Eu fiquei embasbacado
com a beleza do seu seio;
eu me vi apaixonado
mas -confesso- com receio...
Fui lançando as minhas iscas
para ver se a pegava;
mas, ligeira -qual faíscas-
mais de mim, distanciava...
Foi rumando alto mar
me acenando pra seguir;
fui atrás sem nem pensar
nos perigos desse ir.
Tubarão que de costume
preparava o seu jantar
dispensou o seu cardume
e a sereia... Foi caçar.
Eu lutei contra o bandido,
com o remo em minhas mãos;
mas -nas águas- escondido
fez-se dono dos seus vãos.
A sereia se entregou
às mordidas dos seus dentes;
o que dela me sobrou
foi seu canto tão caliente.
Sendo herói por natureza
resgatá-la eu poderia;
mas a luz que estava acesa
me mostrou que eu não devia.
Pode ser que eu volte um dia
a pescar a tal sereia
mas pra isso a fantasia
tem que estar em minha veia...
Vou mudar pra bem distante
vou buscar outros amores;
o que eu fiz não foi bastante
pra ganhar os seus favores...
Mas, me entendam, por favor!
Não estou a reclamar;
se se perde um grande amor
é o destino a ensinar...
...que na vida tudo passa,
de constante: Só mudança!
Se hoje a vida está sem graça
amanhã será festança...