["E sabe o que mais? Também não sei nada nessa vida e isso é ótimo, assim não se pensa em desistir."] - Maria Quitéria - Alguém... alguém, que por instantes, esteve parado nalguma estação de minha vida.
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Há sempre um modo de olhar além do meu;
há sempre uma claridade que não passou pelo meu teto;
há sempre uma água nova que não correu pelo leito da habitualidade;
há sempre o inaugurar de uma estrada em regiões indevassadas;
há sempre o desmentir de que os labirintos não têm saída;
há sempre um peixe que nada lisa e vigorosamente para fora das nossas redes;
há sempre uma nascente a agitar sentidos em suspensão como as partículas num olho d'água;
há sempre o descompreender da vida que não nos deixa desistir de tudo;
há sempre um silêncio falando mais alto que eu;
há sempre uma pausa lógica que não pode ser apreendida;
há sempre uma coisa, uma palavra diversa da que busco;
há sempre o espanto diante da absurda maravilha da vida!
há sempre...
Sempre há;
Há...
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[Desterro, 06 de dezembro de 206]
[O poema é JorgeLuisBorgianamente feito de areia, pode-se começar a leitura de qualquer ponto... a areia foi colhida aos pés da Esfinge, que ninguém ouse, portanto, completá-lo!]
Obs.: para quem ficou curioso: a página de Maria Quitéria é: http://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=2267. Lá, nesta página é exatamente onde NÃO se vai encontrar a frase citada por mim, pois está habilmente camuflada em poemas!